NOTA: Rede Globo incita
golpe militar
É escandalosa a pressão da
Rede Globo para que o Supremo Tribunal Federal negue ao ex-presidente Lula o
direito constitucional de se defender em liberdade da condenação ilegal e
injusta, sem crime nem provas, imposta por Sérgio Moro e agravada em decisão
previamente combinada da 8a. Turma do TRF-4.
Chegaram ontem (3/4) ao
cúmulo de encerrar o Jornal Nacional associando uma declaração do comandante do
Exército, general Villas Boas, ao julgamento marcado para hoje do habeas corpus
em defesa de Lula no STF.
Não é natural da democracia
que chefes militares se pronunciem sobre questões políticas ou jurídicas, como
vem ocorrendo nos últimos dias. Mais estranho ainda é que uma manifestação do
comandante do Exército, general Villa Boas, em rede social, seja divulgada e
manipulada no decorrer de
uma edição do Jornal Nacional especialmente dedicada (23 minutos) a pressionar
os ministros do STF.
Nos governos do PT,
prestigiamos as Forças Armadas como nenhum outro desde a redemocratização do
País. Em nossos governos, não faltou fardamento nem rancho para os recrutas.
Investimos na defesa das fronteiras terrestres, das águas territoriais e do
espaço aéreo, devolvendo a dignidade aos militares.
E assim como defendeu o
general Villas Boas nas redes sociais, nós do PT sempre combatemos a impunidade
e respeitamos a Constituição, inclusive no que tange ao papel das Forças
Armadas definido na Constituição democrática de 1988.
A defesa da Constituição
implica em reconhecer a presunção da inocência, conforme definida no parágrafo
57 do artigo 5o. É o que esperamos que seja ratificado hoje pelo plenário do
STF.
A Globo quer repetir o que
fez em 1964, quando incitou chefes militares contra o governo constitucional de
Jango Goulart. E o faz agora para pressionar o Supremo. A Globo tem sido
historicamente um veneno a democracia.
Colunistas amestrados da
imprensa, porta-vozes do fascismo e até oficiais da reserva vêm brandindo a
ameaça de um novo golpe militar contra o reconhecimento dos direitos de Lula.
São as vozes do fascismo e da intolerância.
A saída para a crise
política, econômica e social está na realização de eleições livres e
democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos
autoritários a Lula. E no respeito ao pacto político consagrado na Constituição
de 1988. É este pacto, democrático, que o STF tem o dever de proteger.
Senadora Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos
Trabalhadores
Senador Lindbergh Farias
Líder do PT no Senado
Federal
Deputado Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara dos
Deputados
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