Para onde deve caminhar a Educação do Distrito Federal?
18/11/2018 5:22 . atualizado em 19/11/2018 22:30
Uma sociedade não evolui sem investir em educação. Dela dependem os desenvolvimentos econômico,
social e humano, o bem-estar, a qualidade de vida, a saúde, a segurança, etc.
Os países mais ricos e sérios priorizam, realmente, a educação. Países em
desenvolvimento acelerado, como Polônia, Vietnã, República Checa e Estônia
conseguiram construir um pacto político e social pela educação. É disso que
precisamos no Distrito Federal, e é essa a vontade do novo governo.
A rede distrital já tem uma série de vantagens em relação à média
nacional, mas enfrenta enormes desafios. Temos o melhor quadro técnico, com
a maior proporção de mestres e doutores, menores distâncias geográficas e
remunerações superiores à média (o que não significa que não devamos ser mais
ambiciosos).
Entretanto, precisamos melhorar muito a
infraestrutura das escolas, as condições de trabalho, as políticas de formação
continuada, de reconhecimento, de comunicação, de articulação e de
transparência. É fundamental ampliar e qualificar os investimentos em diversas
áreas. Devemos motivar os profissionais da educação e cuidar deles.
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Para enfrentar os desafios internos da rede e das
escolas, não há outra saída senão a de contar com a seleção e o desenvolvimento
profissional contínuo de técnicos altamente qualificados ocupando posições
estratégicas. Nossos profissionais devem ser competentes, íntegros,
comprometidos e motivados. Para isso, já começamos o planejamento de uma série
de ações, como incluir a análise de currículo e de perfil na seleção de
assessores, subsecretários e coordenadores regionais.
Nossos espaços escolares, nosso currículo, nossas
metodologias e rotinas precisam passar por um processo de modernização. Nossas
escolas serão espaços acolhedores, inspiradores e desafiadores. Os alunos não
podem se sentir inseguros ou com medo. Precisam compreender a relevância do
processo educacional e do conteúdo apresentado e, sobretudo, sentir que fazem
parte de uma comunidade"
Os métodos de ensino devem se aproximar da forma
como aprendemos hoje. Avanços tecnológicos que vêm impactando nossos hábitos e
trabalhos serão utilizados. O acesso à internet de qualidade deve ser
viabilizado. Novas descobertas das neurociências influenciarão nossas ações pedagógicas.
Atividades que proporcionam o desenvolvimento de habilidades e competências
essenciais para a vida serão incluídas nos planejamentos de aulas.
Estímulo aos professores
Os professores, em geral, são pessoas idealistas,
que se sentem desestimulados e incapazes frente ao sistema. A carreira precisa
ser atraente, com formações (iniciais e continuadas) que privilegiam a prática
de forma efetiva e a constante melhoria, respeitando a singularidade de cada
profissional.
O trabalho dos professores depende de materiais
didáticos de qualidade e de metodologias mais atuais. Macrotendências mundiais
na didática, como aprendizagem baseada em projetos, personalização e
gamificação, serão conhecidas e praticadas, com infraestrutura adequada para
sua utilização.
Além disso, sabemos que a comunidade escolar é
constituída por outros atores e que a aprendizagem pode acontecer a qualquer
hora, em qualquer lugar. Diferenças na participação de familiares são
perceptíveis antes mesmo da pré-escola, já que os anos iniciais são decisivos
para o desenvolvimento do cérebro.
O número de palavras conhecidas por uma criança
quando ela inicia sua vida escolar tem grande influência sobre seu sucesso
acadêmico, uma vez que quanto mais sabemos, mais facilidade temos para
aprender. Devemos aumentar a integração e melhorar a qualidade nas relações
entre escola, família e bairro. Combateremos, com políticas públicas adequadas,
a violência urbana, que contribui para a baixa aprendizagem.
Investimento em formação
Vamos investir no aumento da eficiência da gestão,
em níveis micro e macro. Nossos diretores e coordenadores de escolas necessitam
ter formação e ferramentas adequadas. As políticas educacionais devem ser
calcadas em evidências científicas e referenciadas por tendências globais.
Precisamos melhorar a implementação e a avaliação
dessas políticas, além da articulação com outras pastas, como cultura,
esportes, saúde e assistência social. A burocracia deve ser inteligente e ágil.
A descontinuidade de quadros profissionais, de políticas e de projetos só deve
acontecer quando comprovadamente ineficientes.
Transformar uma rede de educação é uma tarefa
extremamente complexa, que requer respeito, diálogo e planejamento para que tenhamos
profissionais e alunos comprometidos e motivados. Apesar da quantidade e do
tamanho dos desafios, que não devem ser subestimados, sabemos que essa é a mais
importante de todas as causas e enxergamos essa oportunidade como uma missão.
Vamos, juntos, escolas, famílias e toda a sociedade
fazer o que precisa ser feito para que possamos fazer a travessia da realidade
que temos para a realidade que precisamos, queremos e merecemos.
*Rafael Parente – PhD em Educação pela NYU e futuro
secretário de Educação do DF
Artigo
do Secretário de Educação do próximo governo do Distrito federal na revista
Metrópoles.
Me
pareceu interessante à primeira vista pelos ‘assuntos’ abordados!
Meu amigo
professor Evandir Pettenon do CEd 310 de Santa Maria-DF me enviou a imagem
abaixo (que parece ser de um perfil do nosso futuro chefe) afirmando que o
mesmo é progressista - ele, professor Evandir, já havia me dito antes que
“esperava ele (o próximo secretário de educação) bem mais neoliberal”, pois
algumas das suas ligações são de muito interesse de grupos neoliberais da
iniciativa privada que, com algumas ressalvas, querem se adonar da educação
pública brasileira - incluindo do DF – como o “Todos pela Educação”. Ah! Isso é
uma avaliação pessoal, minha!
Ainda estou em dúvida se ele é progressista, anti
Bolsonaro ou apenas mais um neoliberal adocicado que ‘se importa’ com algumas
‘causas sociais’. Pelo menos uma iniciativa que eu particularmente esperava da
parte do próximo Secretário de Educação parece que vai acontecer: que ele
convidasse o SINPRO-DF para um bate papo e, segundo uma agenda que me foi
repassada, via WhatsApp, pela companheira e diretora do sindicato, professora
Goretti, está agendada para o dia (26/11 Reunião com futuro Secretário de
Educação (só comissão de negociação) às 9h;) e isto, a meu ver demonstra senão
um compromisso verdadeiro ainda impossível de se comprovar (pois só vamos ver
isto na prática), uma enorme boa vontade da parte do nosso futuro chefe.
E, afinal, o fato é que 'classificar' alguém -
mesmo quando o conhecemos bem - é um processo extremamente contraditório e
ainda é muito cedo para opiniões mais abalizadas...
Que ele seja bem vindo!
JKim #Lula LIVRE da Silva (professor do CEF 316 de
Santa Maria-DF)
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