quinta-feira, 29 de novembro de 2018
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Paulo Freire ameaçado de expurgo
Divulgando
de Instituto Paulo Freire
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sexta-feira, 23 de novembro de 2018
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção
Divulgando de Metrópoles...
Cargos na Secretaria de Educação do DF serão ocupados com seleção
Novo
secretário da pasta está firmando parcerias com entidades privadas e ONGs para
profissionalizar gestão pública.
Priscilla Borges 21/11/2018
13:01 . atualizado em 21/11/2018 13:44
Os cargos estratégicos da Secretaria de Educação do
Distrito Federal serão ocupados, a partir de 2019, por meio de seleção. O
processo incluirá análise de perfil dos candidatos, testes de resiliência,
integridade e competências, avaliação de experiência e formação. A Fundação Lemann, uma
organização não governamental da área educacional, será a responsável por
traçar a metodologia. Além disso, vai promover formação profissional continuada
aos escolhidos para ocupar as vagas de subsecretários, coordenadores regionais,
secretários adjuntos e assessores.
Segundo Rafael Parente, que assumirá a secretaria,
várias parcerias com entidades sem fins lucrativos ou empresas dispostas a
contribuir com o governo serão realizadas. O objetivo é profissionalizar os
processos de gestão da pasta. “Para conseguir resultados rápidos, precisamos de
uma equipe 100% profissional, comprometida e íntegra”, afirmou em entrevista
exclusiva ao Metrópoles. Os diretores de escolas continuarão sendo
eleitos.
Mais sobre o assunto
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Além da Fundação Lemann, outras duas entidades já
se mostraram dispostas a colaborar. Uma delas é a Falconi Brasil,
experiente empresa de consultoria em gestão que ajudará a criar planejamentos
estratégicos para a secretaria. A Falconi terá a tarefa de identificar as
prioridades da área, otimizar processos, definir indicadores para medir
resultados e sucessos. Parente pretende montar escritórios de projetos dentro
da secretaria.
A outra, ainda em negociação, é a Vetor Brasil.
Organização sem fins lucrativos, atua em parceria com governos estaduais e
municipais para desenvolver profissionais. Eles devem ajudar na seleção da
equipe que vai compor as subsecretarias da pasta. Os servidores interessados em
ocupar os cargos poderão se inscrever para os processos seletivos assim que
forem abertos. A secretaria divulgará as informações.
Sem contrapartida
As consultorias não serão remuneradas, de acordo
com o secretário. “Estamos abertos a mais parcerias, mas é importante destacar
que as entidades não receberão verbas do GDF na nossa gestão. Elas não poderão
participar, inclusive, de qualquer licitação do governo”, garante.
Parente admite uma possível resistência à nova
metodologia de escolha dos cargos estratégicos. Porém, acredita ter os
argumentos necessários para convencer os mais céticos de que a “causa é nobre”.
“O que queremos é uma educação melhor para todos. Minha principal meta é
colocar o DF em primeiro lugar no Ideb em todas as etapas de ensino e a gente
tem total condição para isso”, afirma.
O Ideb é o indicador do Ministério da Educação que
avalia a qualidade do ensino público em todas as redes. Ele traça metas para
cada etapa do ensino fundamental e para o ensino médio. Na última divulgação de
resultados do indicador, em 2017, o Distrito Federal só atingiu a nota
projetada para os anos iniciais do ensino fundamental. O pior desempenho foi no
ensino médio, que ficou com índice de 3,4 (a meta era 4,4).
Para o novo secretário, o maior desafio será
motivar, estimular e melhorar as condições de trabalho dos servidores da rede.
Ele também defende mudanças na burocracia da pasta, que define como lenta e,
muitas vezes, ineficiente. “Os funcionários são competentes e precisam de
motivação, mas os processos burocráticos precisam ser mais inteligentes e
profissionais, além de menos morosos”, destaca.
Ele replicará no DF parte do modelo de gestão que
ajudou a implementar na Secretaria Municipal do Rio de Janeiro. Parente foi
subsecretário de educação entre 2009 e 2013. “É uma mudança cultural e, por
isso, muito desafiadora, mas o governador me pediu resultados rápidos, e a
profissionalização da gestão é o caminho.”
Apesar
da estratégia temos que conhecer e analisar melhor as parcerias.
terça-feira, 20 de novembro de 2018
O que nos falou o Secretário de Educação do próximo Governo do DF
Divulgando de Metrópoles...
Para onde deve caminhar a Educação do Distrito Federal?
18/11/2018 5:22 . atualizado em 19/11/2018 22:30
Uma sociedade não evolui sem investir em educação. Dela dependem os desenvolvimentos econômico,
social e humano, o bem-estar, a qualidade de vida, a saúde, a segurança, etc.
Os países mais ricos e sérios priorizam, realmente, a educação. Países em
desenvolvimento acelerado, como Polônia, Vietnã, República Checa e Estônia
conseguiram construir um pacto político e social pela educação. É disso que
precisamos no Distrito Federal, e é essa a vontade do novo governo.
A rede distrital já tem uma série de vantagens em relação à média
nacional, mas enfrenta enormes desafios. Temos o melhor quadro técnico, com
a maior proporção de mestres e doutores, menores distâncias geográficas e
remunerações superiores à média (o que não significa que não devamos ser mais
ambiciosos).
Entretanto, precisamos melhorar muito a
infraestrutura das escolas, as condições de trabalho, as políticas de formação
continuada, de reconhecimento, de comunicação, de articulação e de
transparência. É fundamental ampliar e qualificar os investimentos em diversas
áreas. Devemos motivar os profissionais da educação e cuidar deles.
Mais sobre o assunto
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capital do país, 90% das escolas precisam de reformas, diz TCDF
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Para enfrentar os desafios internos da rede e das
escolas, não há outra saída senão a de contar com a seleção e o desenvolvimento
profissional contínuo de técnicos altamente qualificados ocupando posições
estratégicas. Nossos profissionais devem ser competentes, íntegros,
comprometidos e motivados. Para isso, já começamos o planejamento de uma série
de ações, como incluir a análise de currículo e de perfil na seleção de
assessores, subsecretários e coordenadores regionais.
Nossos espaços escolares, nosso currículo, nossas
metodologias e rotinas precisam passar por um processo de modernização. Nossas
escolas serão espaços acolhedores, inspiradores e desafiadores. Os alunos não
podem se sentir inseguros ou com medo. Precisam compreender a relevância do
processo educacional e do conteúdo apresentado e, sobretudo, sentir que fazem
parte de uma comunidade"
Os métodos de ensino devem se aproximar da forma
como aprendemos hoje. Avanços tecnológicos que vêm impactando nossos hábitos e
trabalhos serão utilizados. O acesso à internet de qualidade deve ser
viabilizado. Novas descobertas das neurociências influenciarão nossas ações pedagógicas.
Atividades que proporcionam o desenvolvimento de habilidades e competências
essenciais para a vida serão incluídas nos planejamentos de aulas.
Estímulo aos professores
Os professores, em geral, são pessoas idealistas,
que se sentem desestimulados e incapazes frente ao sistema. A carreira precisa
ser atraente, com formações (iniciais e continuadas) que privilegiam a prática
de forma efetiva e a constante melhoria, respeitando a singularidade de cada
profissional.
O trabalho dos professores depende de materiais
didáticos de qualidade e de metodologias mais atuais. Macrotendências mundiais
na didática, como aprendizagem baseada em projetos, personalização e
gamificação, serão conhecidas e praticadas, com infraestrutura adequada para
sua utilização.
Além disso, sabemos que a comunidade escolar é
constituída por outros atores e que a aprendizagem pode acontecer a qualquer
hora, em qualquer lugar. Diferenças na participação de familiares são
perceptíveis antes mesmo da pré-escola, já que os anos iniciais são decisivos
para o desenvolvimento do cérebro.
O número de palavras conhecidas por uma criança
quando ela inicia sua vida escolar tem grande influência sobre seu sucesso
acadêmico, uma vez que quanto mais sabemos, mais facilidade temos para
aprender. Devemos aumentar a integração e melhorar a qualidade nas relações
entre escola, família e bairro. Combateremos, com políticas públicas adequadas,
a violência urbana, que contribui para a baixa aprendizagem.
Investimento em formação
Vamos investir no aumento da eficiência da gestão,
em níveis micro e macro. Nossos diretores e coordenadores de escolas necessitam
ter formação e ferramentas adequadas. As políticas educacionais devem ser
calcadas em evidências científicas e referenciadas por tendências globais.
Precisamos melhorar a implementação e a avaliação
dessas políticas, além da articulação com outras pastas, como cultura,
esportes, saúde e assistência social. A burocracia deve ser inteligente e ágil.
A descontinuidade de quadros profissionais, de políticas e de projetos só deve
acontecer quando comprovadamente ineficientes.
Transformar uma rede de educação é uma tarefa
extremamente complexa, que requer respeito, diálogo e planejamento para que tenhamos
profissionais e alunos comprometidos e motivados. Apesar da quantidade e do
tamanho dos desafios, que não devem ser subestimados, sabemos que essa é a mais
importante de todas as causas e enxergamos essa oportunidade como uma missão.
Vamos, juntos, escolas, famílias e toda a sociedade
fazer o que precisa ser feito para que possamos fazer a travessia da realidade
que temos para a realidade que precisamos, queremos e merecemos.
*Rafael Parente – PhD em Educação pela NYU e futuro
secretário de Educação do DF
Artigo
do Secretário de Educação do próximo governo do Distrito federal na revista
Metrópoles.
Me
pareceu interessante à primeira vista pelos ‘assuntos’ abordados!
Meu amigo
professor Evandir Pettenon do CEd 310 de Santa Maria-DF me enviou a imagem
abaixo (que parece ser de um perfil do nosso futuro chefe) afirmando que o
mesmo é progressista - ele, professor Evandir, já havia me dito antes que
“esperava ele (o próximo secretário de educação) bem mais neoliberal”, pois
algumas das suas ligações são de muito interesse de grupos neoliberais da
iniciativa privada que, com algumas ressalvas, querem se adonar da educação
pública brasileira - incluindo do DF – como o “Todos pela Educação”. Ah! Isso é
uma avaliação pessoal, minha!
Ainda estou em dúvida se ele é progressista, anti
Bolsonaro ou apenas mais um neoliberal adocicado que ‘se importa’ com algumas
‘causas sociais’. Pelo menos uma iniciativa que eu particularmente esperava da
parte do próximo Secretário de Educação parece que vai acontecer: que ele
convidasse o SINPRO-DF para um bate papo e, segundo uma agenda que me foi
repassada, via WhatsApp, pela companheira e diretora do sindicato, professora
Goretti, está agendada para o dia (26/11 Reunião com futuro Secretário de
Educação (só comissão de negociação) às 9h;) e isto, a meu ver demonstra senão
um compromisso verdadeiro ainda impossível de se comprovar (pois só vamos ver
isto na prática), uma enorme boa vontade da parte do nosso futuro chefe.
E, afinal, o fato é que 'classificar' alguém -
mesmo quando o conhecemos bem - é um processo extremamente contraditório e
ainda é muito cedo para opiniões mais abalizadas...
Que ele seja bem vindo!
JKim #Lula LIVRE da Silva (professor do CEF 316 de
Santa Maria-DF)
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Previdência social | Por que ela é tão importante para você?
Divulgando de CUT Brasília...
Previdência social | Por que ela é tão importante para você?
nov 12, 2018
Para a maioria das pessoas, o tema previdência
social é conhecido superficialmente ou até desconhecido. Esta não é uma matéria
de ensino nas escolas, não é explorada em cursos de treinamento e tem uma
linguagem ora ligada ao juridiquês, ora ao economês. Entretanto, a previdência
social é uma política pública que não atinge apenas idosos que não trabalham
mais. Ela também atende pessoas com doença, invalidez, que estejam
desempregadas, quem trabalham por conta própria. E vai além: atinge também
dependentes desses trabalhadores. Afinal, benefícios como auxílio-maternidade,
seguro-desemprego, pensão por morte, Benefício de Prestação Continuada (BPC)
são também custeados pela previdência social.
Definido pela Constituição Federal de 1988 como um
direito social, a política pública foi pensada como uma forma de dar ao
trabalhador e à sua família o amparo mínimo no caso de o indivíduo não
conseguir se sustentar. E isso pode ocorrer por vários motivos, como doença,
velhice, falecimento do trabalhador, invalidez, gravidez.
O caixa da previdência é feito de forma
contributiva e obrigatória para os trabalhadores com carteira assinada. Ou
seja, todos os meses, parte do salário deste trabalhador é recolhido pelo INSS,
numa porcentagem que vai de 8% a 11%, dependendo do salário. Os trabalhadores
autônomos e empresários também devem contribuir para o sistema. Servidores
públicos possuem um sistema especial de previdência, assim como os professores.
Quem não recebe renda também pode contribuir voluntariamente para a Previdência
se assim optar.
Mas não é apenas o trabalhador que contribui com a
previdência social. Ela é financiada de forma tripartite, ou seja, além do
trabalhador, empregadores e toda a sociedade, por meio de verbas orçamentárias
e contribuições sociais, também são responsáveis por sustentar uma das
políticas públicas mais importantes para o Brasil.
Se é eficaz, para que uma reforma?
Economicamente, o sistema previdenciário tem se
mostrado bastante relevante. De acordo com o livro “A Previdência Social e a
economia dos municípios”, de Alvaro Solón, a maior fonte de renda de 70%
municípios brasileiros é proveniente dos benefícios pagos pela previdência
social. Os valores superam, inclusive, os repasses do Fundo de Participação dos
Municípios (FPM), uma espécie de mesada transferida pelo Executivo, como
previsto na Constituição. Em alguns casos, o valor dos benefícios
previdenciários supera até mesmo a arrecadação total do município.
Quando se trata de sua cobertura social, a
Previdência cumpre seu papel de protetora. De acordo com dados do Ministério da
Fazenda, em 2016, o número de benefícios ativos ultrapassou 29 milhões. O
balanço aponta também que a previdência social atende mais 27 milhões de
pessoas, sendo 56% mulheres, um aumento de 3,43%, em relação ao ano anterior.
Porém, nos últimos tempos, o sistema previdenciário
tem sido alvo de diversos ataques e, sob a falsa justificativa de déficit na
previdência social, pode ser reformado ou até mesmo entregue à iniciativa
privada.
Essa reestruturação, apresentada na PEC 287/2016,
da forma como é proposta pelo governo de Temer (MDB) e reforçada presidente
eleito Jair Bolsonaro (PSL), causaria um enorme prejuízo à sociedade, deixando
de atender milhares de pessoas e perdendo seu caráter protetivo.
“Não podemos ignorar que, ao longo desses anos, a
previdência social desempenhou um papel fundamental na proteção de milhares de
trabalhadores, sejam eles ativos ou desempregados. A previdência tem sido um
instrumento efetivo de combate à pobreza e de garantia de renda aos diversos
segmentos sociais. Logo, qualquer mudança nesse sistema deve ser amplamente
debatida com a sociedade e seus representantes”, avaliou o secretário-geral da
CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
A falácia do déficit
Mas, afinal, há ou não o tal falado rombo na
previdência? A verdade é que o sistema de previdência social brasileiro é uma
verdadeira caixa preta. Pouco ou nada se sabe sobre os recursos que entram e os
que saem. De acordo com a CPI da Previdência, realizada em 2017, há
inconsistência de dados e de informações anunciadas pelo Poder Executivo, que
“desenham um futuro aterrorizante e totalmente inverossímil”, com o intuito de
acabar com a previdência pública e criar um campo para atuação das empresas
privadas.
“É importante destacar que a previdência social
brasileira não é deficitária. Ela sofre com a conjunção de uma renitente má
gestão por parte do governo, que, durante décadas: retirou dinheiro do sistema
para utilização em projetos e interesses próprios e alheios ao escopo da
previdência; protegeu empresas devedoras, aplicando uma série de programas de
perdão de dívidas e mesmo ignorando a lei para que empresas devedoras
continuassem a participar de programas de empréstimos e benefícios fiscais e
creditícios; buscou a retirada de direitos dos trabalhadores vinculados à
previdência unicamente na perspectiva de redução dos gastos públicos; entre
outros”, resume o relator da CPI, senador Hélio José.
Segundo o relatório da CPI, as empresas privadas
devem 450 bilhões de reais à previdência e, para piorar a situação, conforme a
Procuradoria da Fazenda Nacional, somente 175 bilhões de reais correspondem a
débitos recuperáveis.
Balcão de negócios
De acordo com o jornalista, analista político e
diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar), Antônio Augusto de Queiroz, o governo Bolsonaro enxerga a cruel
reforma da Previdência de Temer “capenga”, mas “segue apoiando parte do texto
como resposta ao mercado”. A ideia do novo governo, na verdade, seria, segundo
Queiroz, tornar a reforma ainda prior: “privatizar a Previdência, tornando-a um
grande negócio; instituindo um teto muito baixo e retirando do seu perfil seus
pilares de proteção à sociedade”.
Uma das estratégias é desanimar os brasileiros com
o aumento do tempo de contribuição (10 anos a mais pela proposta de Temer) e
com idade de 65 anos para obter 76% do benefício. Assim, o contribuinte acaba
indo para uma previdência privada. “Essa é a galinha dos ovos de ouro do
mercado financeiro e dos políticos comprometidos com ele, como Temer e
Bolsonaro. Basta analisar as relações entre o poder econômico e o poder
político. Devemos atuar de maneira firme e permanente para que a PEC 287, da
reforma da Previdência, não passe na Câmara”, destaca o secretário de
Administração e Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto.
Fonte: CUT Brasília
terça-feira, 6 de novembro de 2018
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
sábado, 3 de novembro de 2018
Pra não dizer que não falei das flores
Música Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré
A música "Pra não dizer que não falei das
flores" foi escrita e cantada por Geraldo Vandré em 1968, conquistando o
segundo lugar no Festival Internacional da Canção desse ano. O tema, também
conhecido como "Caminhando", se tornou um dos maiores hinos da
resistência ao sistema ditatorial militar que vigorava na época.
A composição foi censurada pelo regime e Vandré foi
perseguido pela polícia militar, tendo que fugir do país e optar pelo exílio
para evitar represálias.
Letra da
música
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Somos
todos iguais braços dados ou não
Nas
escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer
Pelos
campos há fome em grandes plantações
Pelas
ruas marchando indecisos cordões
Ainda
fazem da flor seu mais forte refrão
E
acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer
Há
soldados armados, amados ou não
Quase
todos perdidos de armas na mão
Nos
quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer
pela pátria e viver sem razão
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer
Nas
escolas, nas ruas, campos, construções
Somos
todos soldados, armados ou não
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Somos
todos iguais braços dados ou não
Os amores
na mente, as flores no chão
A certeza
na frente, a história na mão
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Aprendendo
e ensinando uma nova lição
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer
Análise e
interpretação
Com a sonoridade de um hino, o tema segue um
esquema rimático simples (A-A-B-B, ou seja, o primeiro verso rima com o
segundo, o terceiro com o quarto e assim por diante). Utiliza também um
registro de linguagem corrente, com uma letra fácil de memorizar e transmitir a
outras pessoas.
Assim, parece fazer referência às canções que eram
usadas em passeatas, protestos e manifestações contra o regime, que se
espalhavam pelo país no ano de 1968. A música era, então, usada como um
instrumento de combate, que pretendia divulgar, de forma direta e concisa,
mensagens ideológicas e de revolta.
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Somos
todos iguais braços dados ou não
Nas
escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
A primeira estrofe assinala isso, com os verbos
"caminhando e cantando", que remetem diretamente para a imagem de uma
passeata ou um protesto público. Lá, os cidadãos são "todos iguais",
mesmo não existindo relação entre si ("braços dados ou não").
Referindo "escolas, ruas, campos,
construções", Vandré pretendia demonstrar que pessoas de todos os extratos
sociais e com diferentes ocupações e interesses estavam juntas e marchavam pela
mesma causa. É evidente a necessidade de união que é convocada e a lembrança de
que todos queriam a mesma coisa: liberdade.
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber
Quem sabe
faz a hora, não espera acontecer
O refrão, repetido várias vezes ao longo da música,
é um apelo à ação e à união. Geraldo fala diretamente com quem escuta a
música, chamando para a luta: "Vem". Com o uso da primeira pessoa do
plural (em "vamos embora"), imprime um aspeto coletivo à ação,
lembrando que seguirão juntos no combate.
Ao afirmar que “esperar não é saber”, o autor
sublinha que quem está consciente da realidade do país não pode aguardar de
braços cruzados que as coisas mudem. A mudança e a revolução não serão
entregues de bandeja para ninguém, é necessário agirem rapidamente (“quem sabe
faz a hora, não espera acontecer”).
Pelos
campos há fome em grandes plantações
Pelas
ruas marchando indecisos cordões
Ainda
fazem da flor seu mais forte refrão
E
acreditam nas flores vencendo o canhão
Nesta estrofe, é denunciada a miséria em que
os agricultores e camponeses viviam e a exploração a que estavam sujeitos
("fome nas grandes plantações"). Existe também uma forte crítica aos
pacifistas que pretendiam resolver a crise política com diplomacia e comum
acordo, organizados em "indecisos cordões".
Os ideais de "paz e a amor" promovidos
pelo movimento da contracultura hippie, o flower power, são
simbolizados pelas flores (o "mais forte refrão"). É sublinhada a sua
insuficiência contra o "canhão" (a força e a violência da polícia
militar).
Há
soldados armados, amados ou não
Quase
todos perdidos de armas na mão
Nos
quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer
pela pátria e viver sem razão
Embora as forças militares simbolizassem o inimigo,
o poder ditatorial, a música não desumaniza os soldados. Pelo contrário, lembra
que estavam “quase todos perdidos de armas na mão”, ou seja, usavam da
violência, matavam, mas nem eles mesmos sabiam porquê. Apenas obedeciam ordens
cegamente, por causa da lavagem cerebral que sofriam: a "antiga
lição / De morrer pela pátria e viver sem razão".
Os soldados, levados por um espírito de falso
patriotismo, tinham que dedicar suas vidas e muitas vezes morrer em função
do sistema que protegiam e do qual eram também vítimas.
Nas
escolas, nas ruas, campos, construções
Somos
todos soldados, armados ou não
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Somos
todos iguais braços dados ou não
Os amores
na mente, as flores no chão
A certeza
na frente, a história na mão
Caminhando
e cantando e seguindo a canção
Aprendendo
e ensinando uma nova lição
Na última estrofe, é reforçada a mensagem de
igualdade entre todos os cidadãos e a urgência de partirem juntos para a luta,
porque só através do movimento organizado poderia chegar a revolução.
A música lembrava que deviam avançar com os
"amores na mente", pensando nas pessoas que amavam e foram vítimas da
repressão militar. Para serem vitoriosos, era necessário deixarem "as
flores no chão", ou seja, abandonarem as abordagens pacifistas.
Estava nas suas mãos "a história", a
possibilidade de mudar a realidade do país e o futuro para todos os brasileiros
. Deveriam continuar "caminhando e cantando" e "aprendendo e
ensinando uma nova lição", transmitindo o seu conhecimento, despertando outras
pessoas para a militância.
Significado
da música
"Pra não dizer que não falei das flores"
é um convite à resistência política radical, um chamamento para todas as
formas de luta necessárias para derrubar a ditadura.
Geraldo Vandré fala de flores para tentar mostrar
que não é suficiente usar "paz e amor" para combater armas e canhões,
sublinhando que a única forma de vencerem era a união e o movimento organizado.
Contexto
histórico
1968:
repressão e resistência
Em 1968, o Brasil enfrentava um dos piores momentos
de repressão política, a instituição do AI-5: um conjunto de leis que conferiam
poderes quase ilimitados ao regime.
Face ao autoritarismo e diversos episódios de
violência policial, os estudantes universitários começaram a se mobilizar,
fazendo protestos públicos que eram recebidos com agressões, mandatos de prisão
e, por vezes, assassinatos.
Aos poucos, esses protestos foram se espalhando pelo
país e outros grupos se juntaram ao movimento: os artistas, os jornalistas, os
padres, os advogados, as mães, etc.
Censura
Apesar da censura que ameaçava, proibia e
perseguia, a música se tornou um dos veículos artísticos usados para transmitir
mensagens de cariz político e social.
Os interpretes estavam conscientes do perigo que
corriam quando divulgavam publicamente as suas opiniões, mas arriscavam sua
vida para desafiar o poder instituído e passar uma mensagem de força e coragem
para os brasileiros.
Muitos anos depois do Festival Internacional da
Canção de 1968, um dos jurados confessou numa entrevista que "Pra não
dizer que não falei das flores" teria sido o tema vencedor. Vandré ficou
em segundo lugar devido às pressões políticas que a organização do evento e a
TV Globo, rede que emitia o programa, sofreram.
Geraldo
Vandré: exílio e afastamento da vida pública
As consequências possíveis para quem desafiava o
poder militar eram a prisão, a morte ou, para quem conseguia escapar, o exílio.
Por causa de "Pra não dizer que não falei das
flores", Geraldo Vandré começou a ser vigiado pelo Departamento de Ordem
Política e Social e teve que fugir.
Viajou por vários países como Chile, Argélia,
Alemanha, Grécia, Áustria, Bulgária e França. Quando regressou ao Brasil, em
1975, preferiu se afastar das luzes da ribalta e se dedicar à carreira de
advogado.
Sua canção e a mensagem política que ela
transmitia, no entanto, entraram para a história da música e da resistência
política brasileira.
Retirado de: https://www.culturagenial.com/musica-pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores-de-geraldo-vandre/
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