Livros digitais ajudam a revigorar bibliotecas públicas
AMANDA POLATO - REVISTA ÉPOCA - 18/03/2013 - RIO DE JANEIRO, RJ
Logo ao entrar na Biblioteca Pública de Nova York, em Nova York, os
leitores encontram a frase: “A biblioteca é esperança, é conhecimento, e
é poder”. Depois da recepção, podem andar pelos corredores ou ir logo
ao catálogo procurar o que lhes interessa. Com o número da carteirinha
de sócio, podem retirar até 12 títulos de uma vez, a qualquer hora dia,
sete dias por semana. E, então, decidir se vão ler a obra no smartphone,
e-reader, tablet ou no computador, além de escolher o tamanho da letra e
fazer grifos usando apenas o dedo. É assim o caminho feito pelos
usuários do acervo digital da instituição, acessado de qualquer
dispositivo digital, pela internet. Os leitores não precisam mais ir
fisicamente à entidade para pegar livros emprestados. Mas a biblioteca
centenária vê sua força revigorada com a popularização dos e-books.
Aumentou o número de visitantes físicos aos seus prédios depois que
foram abertas as portas às estantes virtuais da instituição.
Com
seus 34 mil títulos (quase 95 mil exemplares), o acervo digital ainda é
muito pequeno comparado com a coleção em papel da Biblioteca Pública de
Nova York, que tem quase 6 milhões de exemplares para empréstimo. Mas a
demanda pelos livros digitais cresce rapidamente. “Nos últimos cinco
anos, a oferta cresceu oito vezes. Todos os dias, há mais pessoas
adotando a leitura eletrônica como um estilo de vida e indo à biblioteca
em busca desse novo formato. São os leitores que pedem a ampliação do
acervo digital”, diz Christopher Platt, diretor de coleções e operações
de circulação da instituição.
Usuários
de todas as idades têm interesse por esses livros, e eles são
especialmente atraentes para os idosos, por permitirem ajustes no
tamanho do texto. A equipe da biblioteca oferece até cursos presenciais
para ensinar a usar o e-reader e instalar o software de empréstimos.
Assim
como mais de 22 mil bibliotecas em diversas partes do mundo, tanto
públicas quanto de escolas e universidades, a de Nova York usa um
sistema chamado OverDrive, que armazena e-books em uma nuvem e oferece
empréstimos por tempo limitado, variável conforme o título. Muitos deles
têm filas de espera. Por isso, nenhum pode ser renovado, mas pode ser
“retirado” novamente se não houver reserva.
O
modelo atrai o interesse até de quem vive longe dos Estados Unidos ou
do Reino Unido, dois países com grande quantidade de acervos digitais, e
surge a pergunta: por que liberar o acesso apenas aos moradores de uma
determinada cidade ou bairro? Por que não permitir, por exemplo, que um
brasileiro possa emprestar um e-book no Texas? As instituições dizem que
o impedimento é econômico, já que são os impostos locais que ajudam a
sustentar as iniciativas.
Mas
há iniciativas que visam a universalizar o acesso ao conhecimento – uma
das características da era da internet. Em 1996, o ativista Brewster
Kahle criou o chamado Internet Archive, um dos primeiros arquivos
digitais gratuitos na web. Em sua descrição, o site deixa clara a
posição sobre o tema: “As bibliotecas existem para preservar os
artefatos culturais da sociedade e oferecer acesso a eles. Se as
bibliotecas vão continuar a promover a educação nesta era da tecnologia
digital, é essencial que elas estendam essas funções para o mundo
digital”. Outra iniciativa, mais recente, é a da Biblioteca Pública
Digital Americana, que deve ser inaugurada em abril, conforme mencionado
na reportagem de ÉPOCA A prova do livro digital. O site oferecerá,
gratuitamente, o acervo em domínio público de diversas bibliotecas
acadêmicas dos Estados Unidos, sob a coordenação de um departamento da
Universidade de Harvard.
Além
do desafio de ampliar o acesso a e-books, as bibliotecas digitais
sofrem para aumentar a quantidade de títulos e exemplares. Algumas
editoras elevam os preços e limitam o número de vezes ou o período de
tempo que cada um pode ser emprestado, porque ele não se deteriora com o
tempo, como ocorre com o papel. Os contratos, então, obrigam
bibliotecas a adquirir novas licenças com o passar do tempo.
Nem
todas as editoras permitem empréstimos do novo formato. Acabam vendendo
os títulos apenas para livrarias. No entanto, o diretor de marketing da
OverDrive, David Burleigh, afirma que há sinais de mudança. Há poucas
semanas, uma das maiores editoras americanas, a Macmillan, aceitou
liberar e-books para bibliotecas. “Com certeza isso ajuda a popularizar o
formato e aos poucos as editoras vão percebendo as vantagens da
estratégia”, diz Burleigh.
Enquanto
outros países discutem ampliação de acervos e do acesso, no Brasil mal
há planos de investimentos na área digital e as bibliotecas lutam para
manutenção dos espaços físicos. “O cenário realmente não é estimulante.
Ainda faltam materiais impressos”, afirma Dulce Baptista, coordenadora
do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Mas ela é
otimista e avalia que nos próximos anos o país terá políticas públicas
na área que invistam em novas tecnologias. “A demanda da população fará
com que isso ocorra.”
No
país, quem começou a trilhar o inevitável caminho para a digitalização
são as universidades. A expectativa é que esses laboratórios sirvam de
referência e ajudem a promover a renovação das nossas bibliotecas
públicas – antes que elas virem depósitos de livros empoeirados. A
experiência da Biblioteca de Nova York mostrou que a tecnologia pode
levar os livros para as nuvens e trazer os leitores de volta, no mundo
real.
Celina Cassal Josetti
Coordenadora Intermediária da Diversidade
GREB/CRE de Sobradinho/SEDF/GDF
(de 2a à 6a das 8h às 18h)
Algumas reflexões sobre a escola brasileira: convido vocês a visitar, baixar, pitaquear...
(1) tese em formato digital para empréstimos:
http://repositorio.bce.unb.br/ browse?type=author&order=ASC& rpp=20&value=Josetti%2C+ Celina+Cassal
http://repositorio.bce.unb.br/ stats?level=item&type=access& page=downviews-series&object= item&object-id=10482/6922
(2)livro:
http://www.liberlivro.com.br/(1) tese em formato digital para empréstimos:
http://repositorio.bce.unb.br/
http://repositorio.bce.unb.br/
(2)livro:
(3)vídeo:
http://www.youtube.com/watch?
(4) último artigo
http://200.17.141.110/
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