sexta-feira, 6 de março de 2020
Entenda as origens ideológicas do nazismo - CartaCapital
Entenda as origens ideológicas do nazismo - CartaCapital: Cinco especialistas alemães explicam as ideologias da ditadura nazista, que era centrada no racismo, no antissemitismo e no nacionalismo
quinta-feira, 5 de março de 2020
Informações interessantes sobre a realidade/situação do Funcionalismo Público brasileiro
Divulgando de SINPRO- DF
Quem ganha mais no serviço público
- Jornalista: sindicato - 3 de março de 2020
O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou o
funcionário público a “um parasita” e o Estado brasileiro a um “hospedeiro” que
“está morrendo” – um retrato generalizado e estereotipado de uma realidade
muito diversa. O Brasil tem 11,4 milhões de postos de trabalho no setor
público, grande parte em áreas sociais – apenas na saúde e na educação
municipais, são 2,6 milhões de vínculos trabalhistas. Metade dos servidores
ganha menos de R$ 2,7 mil por mês – antes dos descontos. Esta semana, o =igualdades
apresenta um retrato do funcionalismo público.
No serviço público, varredores de rua ganham, em
média, R$ 1,6 mil. Professores de 1˚ a 4˚ série, com nível superior, R$
3,3 mil. Médicos clínicos, R$ 9,8 mil. Administradores, R$ 10,3
mil. Engenheiros civis, R$ 11,6 mil. Auditores-fiscais da Receita, R$
30 mil. Procuradores de Justiça, R$ 37 mil.
O Brasil tem 11,4 milhões de postos de trabalho no
setor público. A cada 100 servidores, 22 são professores e
2 trabalham em outras áreas da educação, 16 são administradores, 11
são médicos, enfermeiros ou outras profissões da saúde, 5 fazem limpeza
e 4 prestam serviços de segurança.
Apenas no nível municipal, há 2,6 milhões de
postos de trabalho na educação e na saúde – mais que o dobro do número
de funcionários públicos federais, de todas as áreas.
Um funcionário público brasileiro ganha, em
média, 8% a mais do que um trabalhador que exerce função similar no setor
privado. Em um conjunto de 53 países analisados pelo Banco Mundial, esse
percentual chega a 21%. Em outras palavras, a cada R$ 100 recebidos por
um trabalhador privado, seu par no serviço público brasileiro
ganha R$ 108. Na média internacional, a proporção é de R$ 100
para R$ 121.
A situação difere muito entre as instâncias de
governo. A cada R$ 100 que um trabalhador privado recebe, o
funcionário público municipal que exerce função equivalente ganha os
mesmos R$ 100, um funcionário público estadual recebe R$ 116 e
um funcionário público federal, R$ 196.
Em 2018, metade dos funcionários públicos ganhava
até 3 salários mínimos (R$ 2,9 mil, considerando o valor do mínimo
naquele ano). Apenas 3% ganhava mais do que 20 salários mínimos (R$
19,1 mil).
Há muita disparidade salarial entre os poderes da
República. No Executivo, onde trabalham professores, médicos, policiais,
cerca de 25% dos funcionários públicos ganham mais de R$ 5 mil.
No Legislativo, que engloba vereadores, deputados, senadores e seus
funcionários, mais de 35% recebe mais de R$ 5 mil. No Judiciário,
onde atuam juízes, promotores, funcionários de fórum, mais de 85% ganham
acima de R$ 5 mil.
Em algumas carreiras, é mais fácil chegar ao topo.
É o caso dos auditores-fiscais da receita – 80 em cada 100 estão
no último nível da carreira, com os maiores salários. Entre os especialistas
de petróleo e gás federais, a proporção é 25 para cada 100. Já entre
peritos médicos previdenciários federais, apenas 1 para cada 100.
As mulheres são maioria entre os funcionários
públicos. Enquanto no mercado em geral ocupam 4 de cada 10 vagas,
no serviço público estão em 6 de cada 10 postos de trabalho. Mas
ganham menos. A cada R$ 100 recebidos por funcionários públicos homens,
as funcionárias públicas mulheres ganham R$ 75. A disparidade
salarial também resulta do fato de mulheres ocuparem cargos que pagam menos.
Texto publicado em 02 março pela revista Piauí:
Fontes: Atlas do
Estado Brasileiro, Ipea; Gestão de
pessoas e folha de pagamentos no setor público brasileiro, Banco Mundial; Relação
Anual de Informações Sociais (RAIS) 2018.
quarta-feira, 4 de março de 2020
Misoginia e o Impeachment de Dilma- por Cynara Menezes
Divulgando...
Misoginia
e o Impeachment de Dilma- por Cynara Menezes:
O
auge da misoginia com a presidenta da República viria em 2014, na abertura da
Copa, onde um coro de “Dilma, vai tomar no cu”
explodiu no estádio, diante do mundo inteiro, para nossa vergonha. Na época, a
repórter Laura Capriglione noticiou que o xingamento foi puxado pelos que
estavam no camarote, na chamada “ala VIP”. Entre “as mais entusiasmadas” era a
colunista social do jornal O Estado de S.Paulo, “que deve ter achado muito
fina, elegante e sincera a modalidade de protesto”. Na posse de Dilma para o
segundo mandato, Miriam Leitão e Cora Rónai, do jornal O Globo, se divertiram
zombando do vestido e até do “andar” da presidenta.
Dilma
era xingada com termos machistas nos protestos e nas redes sociais: “quenga”,
“puta”, “vaca”. Jamais a voz de uma mulher jornalista em posição de destaque na
imprensa comercial se ergueu para apontar a misoginia em torno do impeachment.
Nem mesmo quando começaram a aparecer adesivos para colocar no tanque do carro
com a imagem da presidenta, uma senhora com mais de 60 anos, de pernas abertas.
Silêncio.
Quando,
naquele domingo vexaminoso na Câmara, Jair Bolsonaro se pronunciou em favor do
impeachment, dedicando o voto ao coronel Brilhante Ustra, “o terror de Dilma
Rousseff”, o silêncio se repetiu. Não houve, por parte das mulheres da grande
mídia, nem um pingo de sororidade com a mulher que ocupava o Planalto e cujo
algoz nos porões da ditadura estava sendo homenageado.
Parece
incrível, mas são as mesmas jornalistas que agora mostram indignação e surpresa
com esta triste figura ocupando o lugar que já foi de Dilma. “Onde está a
reação das instituições?”, bradava a colunista Vera Magalhães, do Estadão,
sobre as insinuações de Bolsonaro em relação à repórter Patricia Campos Mello,
da Folha, atacada pelo mitômano Hans River na CPMI das Fake News
Nem
parecia a mesma Vera que chamava de “mimimi” as queixas de mulheres da esquerda
sobre machismo e que participou ativamente do golpe que fragilizou as
instituições democráticas do país –e agora cobra “reação delas”. Que
instituições, querida?
Thais
Herédia, da CNN Brasil, se espantava: “Como chegamos até aqui?” É sério que
jornalistas com anos de profissão nas costas foram tão ingênuas para não prever
como seria um governo Bolsonaro, que já dava mil pistas de quem era durante os
28 anos em que foi parlamentar? Até a Madonna sabia e vocês não?
Agora
foi Patricia, antes foram Dilma, Maria do Rosario, a mulher do Macron… Mas
precisou Bolsonaro atacar uma profissional da “grande” imprensa e atingi-las no
que lhes é de mais caro, o corporativismo, para que estas mulheres enxergassem
o óbvio: machismo não é mimimi. Qualquer uma de nós, independentemente de
posição política, pode se tornar vítima da misoginia instalada no governo,
resultado lógico de um golpe misógino que as jornalistas de direita apoiaram,
diretamente ou por omissão.
O
mais absurdo dessa história é que, alvo do preconceito de gênero, as
jornalistas de direita continuam a se insurgir contra… as feministas. “Cadê as
feministas?”, provocam, cada vez que sua indignação seletiva é ativada por
algum sinal de machismo, mas apenas no campo adversário, a esquerda. Como se o
machismo, exatamente como defende a esquerda, não fosse estrutural da
sociedade.
Parem
de cobrar das feministas ação contra o machismo que vocês mesmas ajudaram a
levar ao poder. Nós sempre estaremos lá, do lado das vítimas, nunca dos
algozes. Não é porque mulheres se alinharam a machistas para golpear outra
mulher que iremos abandoná-las quando se tornarem vítimas deles. Mas não deixa
de ser uma lição e tanto.
Como a esquerda brasileira morreu
Divugando de El País
Como a esquerda brasileira morreu
É um
sintoma de que o grupo não é mais capaz de impor outro horizonte
econômico-político e só conhece um horizonte de atuação, o “populismo”.
Este é um artigo que gostaria de não ter escrito e
não tenho prazer algum em fazer enunciações como a que dá corpo ao título. No
entanto, talvez não haja nada mais adequado a falar a respeito da situação política brasileira atual, depois
de um ano de Governo
Jair Bolsonaro e a consolidação de seu apoio entre algo em torno
um terço dos eleitores. Aqueles que acreditavam em alguma forma de colapso do
Governo e de sua base precisam rever suas análises. O que vimos foi, na
verdade, outro tipo de fenômeno, a saber, a inoperância completa do que um dia foi chamado de
“a esquerda brasileira” enquanto força opositora. Não que se trate de
afirmar que ela está diante do seu fim puro e simples. Melhor seria dizer que
um longo ciclo que se confunde com sua própria história termina agora. O pior
que pode acontecer nesses casos é “não tomar ciência de seu próprio fim”
repetindo assim uma situação que lembra certo sonho descrito uma vez por Freud na qual
um pai morto continua a agir como se estivesse vivo. A angústia do sonho vinha
do fato do pai estar morto e nada querer saber disto. Se a esquerda brasileira
não quiser ver sua morte definitiva como destino, seria importante se perguntar
sobre qual é esse ciclo que termina, o que ele representou, quais seus limites.
Signos não faltaram para tal diagnóstico terminal.
Contrariamente ao discurso de que o Governo Bolsonaro estaria paralisado, vimos
ao contrário a aprovação de medidas até pouco tempo impensáveis, como a reforma
previdenciária, isso sem nenhuma resistência digna deste nome. Ou
seja, a maior derrota da história da classe trabalhadora brasileira foi feita
sem que anotassem sequer o número da placa do carro responsável pelo atropelamento.
Uma reforma da mesma natureza, mas menos brutal, está a tentar ser imposta na
França. O resultado é uma sequência de greves e
manifestações de vão já para o seu terceiro mês. Na verdade, o
que vimos no Brasil foi o contrário, a saber, governos estaduais pretensamente
de esquerda a aplicarem reformas estruturalmente semelhantes. Como se fosse o
caso de dizer que, no final, governo e oposição comungam da mesma cartilha,
sendo distinta apenas a forma e a intensidade de sua implementação. Fato que já
havíamos visto com o segundo Governo Dilma e sua guinada neoliberal capitaneada
por Joaquim
Levy.
Isso é apenas um sintoma de que a esquerda
brasileira não é mais capaz de impor outro horizonte econômico-político.
Durante todo o ano de 2019, diante de um Governo cujas políticas visam a
retomada, em chave autoritária, dos processos de concentração de renda, de
acumulação primitiva e de extrativismo colonial, não foram poucos aqueles que
esperaram da esquerda brasileira (todos os partidos e instituições inclusas) a
expressão de outro tipo de política. A esquerda governa estados, municípios
grandes e pequenos, mas de nenhum deles saiu um conjunto de políticas que fosse
capaz de indicar a viabilidade de rupturas estruturais com o modelo neoliberal
que nos é imposto agora. Houve época que a esquerda, mesmo governando apenas
municípios, conseguia obrigar o país a discutir pautas sobre
políticas sociais inovadoras, partilha de poder e modificação de
processos produtivos. Não há sequer sobra disto agora.
Talvez seja o caso de insistir neste ponto porque,
como dizia Maquiavel, o povo prefere um governo ruim
a governo nenhum. Não são as qualidades do Governo Bolsonaro que dão a ele
certa adesão popular. É o vazio, é o fato de não haver nenhuma outra
alternativa realmente crível neste momento. E a razão disso é simples: a
esquerda brasileira morreu, ela tocou seu limite e demonstrou não ser capaz de
ultrapassá-lo. Isso vale tanto para partidos, sindicatos quanto para a classe
intelectual (na qual me incluo). Nossas ações até agora não se demonstraram à
altura dos desafios efetivos. O melhor a fazer seria começar a se perguntar
pela razão de tal situação.
Coloquemos uma hipótese de trabalho: a esquerda
brasileira conhece apenas um horizonte de atuação, este que atualmente chamaríamos de “populismo de esquerda”. Foi ele
que se esgotou sem que a esquerda nacional tenha se demonstrado capaz de passar
para outra fase ou mesmo de imaginar o que poderia ser “outra fase”. Entende-se
por populismo de esquerda um modelo de construção de hegemonia baseado na
emergência política do povo contra as oligarquias tradicionais detentoras do
poder. Este povo é, na verdade, produzido através da convergência de múltiplas
demandas sociais distintas e normalmente reprimidas. Demandas contra a
espoliação de setores sociais, contra a opressão racial, contra os legados do
colonialismo: todas elas devem convergir em uma figura que seja capaz de
representar e vocalizar esta emergência de um novo sujeito político.
No entanto, o caráter nacionalista do populismo
permite também a inclusão de setores descontentes da oligarquia, grupos da
burguesia nacional dispostos a ter um papel “mais ativo” nas dinâmicas de
globalização. Assim, o “povo”, neste caso, nasce como uma monstruosa entidade
meio burguesia, meio proletariado. Uma mistura de JBS
Friboi com MST.
Este é o modelo que a esquerda nacional tentou
implementar em sua primeira tentativa de governar o Brasil: a que termina com o golpe militar contra o Governo João Goulart. Na
ocasião, um dos personagens mais lúcidos de então, Carlos Marighella, faz um diagnóstico preciso: a esquerda
havia apostado na conciliação com setores da burguesia nacional e com setores
“nacionalistas” das forças armadas dentro de governos populistas de esquerda.
Ela colocou toda sua capacidade de mobilização a reboque de uma política que
parecia impor mudanças seguras e graduais. Ao final, tudo o que ela conseguiu
foi estar despreparada para o golpe, sem capacidade alguma de reação efetiva
diante dos retrocessos que se seguiriam.
A lição de Marighella não foi ouvida. Tanto que a
esquerda brasileira fará o mesmo erro com o final da ditadura
militar e com o advento da Nova República. A história será
simplesmente a mesma: o movimento em direção a um jogo de alianças entre
demandas sociais e interesses de oligarquias locais descontentes tendo em vista
mudanças “graduais e seguras” que serão varridas do mapa na primeira reação bem
articulada da direita nacional.
Nesse sentido, nossa história segue os passos da
história argentina: outro campo de ensaio do populismo de esquerda. Mas há um
diferença substancial aqui. Depois da experiência ditatorial, a Argentina soube
criar um(a) linha de contenção de impulsos golpistas. Hoje, quase mil pessoas
ainda se encontram nas cadeias argentinas por crimes da ditadura. No Brasil,
ninguém foi preso. A resposta argentina produziu uma linha de
contenção, inexistente entre nós, que permitiu ao peronismo
ter ressureições periódicas. Dificilmente, essa será a história brasileira
daqui para frente, pois o risco de deriva militar é real entre nós.
Mas há ainda um outro fator decisivo. O colapso do lulismo não foi
seguido apenas de um golpe parlamentar apoiado em práticas criminosas de
setores do poder judiciário. Ele foi seguido da criação de uma espécie de
antídoto à reemergência do corpo político populista. O que vimos, e agora isto
está cada vez mais claro, foi a emergência de um corpo fascista. Mas o corpo
político fascista é normalmente a versão terrorista e invertida de um corpo
político anterior, marcado pela emergência do povo e pelas promessas de
transformação social. Dessa forma, ele acaba por bloquear sua ressurgência. Já
se disse que todo fascismo nasce de uma revolução abortada. Nada mais justo.
A
esquerda está atordoada com o fato de a direita brasileira ter, enfim,
produzido a sua figura com capacidade de incorporação do povo.
Theodor Adorno um dia descreveu o líder fascista
como uma mistura de King Kong e barbeiro de subúrbio (certamente pensando no Chaplin de O grande ditador). Essa
articulação entre contrários é fundamental. A pretensa onipotência do líder
fascista deve andar juntamente com sua fragilidade. O líder fascista deve ser “alguém como nós”, com a mesma falta de cerimônia, a mesma
simplicidade e irritação que nós. A identificação é feita com as fraquezas, não
com os ideais. Ele deve ser alguém que come miojo em banquetes presidenciais,
que se veste de maneira desajeitada como alguém do povo. Ele deve a todo
momento dizer que está a combater as elites que sempre governaram esse país
(que agora serão os artistas, as universidades, os “cosmopolitas” e
“globalistas”). Ele deve mostrar que não é alguém da elite política, que na
verdade tal elite o detesta. Pois se trata de criar um antídoto para toda forma
de tentativa de recuperar a produção do povo como processo de emergência de
dinâmicas de transformação social.
Dessa forma, tudo se passa como se Bolsonaro fosse uma versão militarizada de seu oposto, a
saber, Lula. Não se trata com isso de afirmar que estamos
presos em uma polaridade. Ao contrário, trata-se de dizer que tudo foi feito para
anular a polaridade real, criando um duplo imaginário. Nunca entenderemos nada
das regressões fascistas se não compreendermos estas lógicas dos duplos
políticos. Se há algo que nos falta é exatamente polaridade. Temos pouca
polaridade e muita duplicidade.
O fato é que tal dinâmica demonstrou-se eficaz. Ela
quebrou os processos de incorporações populistas que foram, até agora, a alma
da esquerda brasileira. Por isso, o que vemos agora é uma esquerda sem capacidade de ação,
pois atordoada com o fato de a direita brasileira ter, enfim, produzido a sua
figura com capacidade de incorporação do povo, agora sem o erro de apostar em
um egresso da elite político-econômica (Collor) ou em alguém sem vínculos
orgânicos com o militarismo fascista (Jânio).
Numa situação como essa, a esquerda nacional ainda
paga o preço de ter sido formada para a coalizão e para a negociação. Esse
é seu DNA, desde a política de alinhamento do PCB aos
ditames anti-revolucionários do Soviete Supremo. Por isso, ela não sabe o que
fazer quando precisa mudar o jogo e caminhar para o extremo. Sua inteligência
não age nesse sentido, suas estruturas não agem nesse sentido, sua classe
política não age nesse sentido. Seus movimentos de revolta perdem-se no ar por
não ter nenhuma sustentação ou coordenação de medio e longo prazo. Foi assim
que ela morreu. Se ela quiser voltar a viver, toda essa história tem que chegar
a um fim. Ela deverá tomar ciência de seu fim.
Outras
colunas de Vladimir Safatle
- Não houve eleição e não há presidente
- Chega de diálogo. A partir de certo ponto é apenas inútil
- Quando as ruas queimam
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